01 dezembro, 2008

Eterno Dependente

Ei pessoal, olha aí um dos textos do nosso palestrante do TIFS publicado no blog da ABUB no final de setembro. Muito legal. Visitem também o blog www.abub.blogspot.com e comentem o texto.

Por Fernando Costa Candidato à assessoria auxiliar ABU - São Luís (MA)

Muito se falou em 'Independência' no mês que se passou. Claro, como bons brasileiros, eu e o Policarpo Quaresma não poderíamos esquecer.Durante o 'Fundamental', todos os anos, as crianças se agitavam pra ver quem iria ser o porta-bandeira, quem sairia segurando as placas com nomes da escola, frases bonitinhas sobre civismo... O momento é maravilhoso, pelo menos para a gurizada. E essa comemoração é porque a 'trocentos anos' (1822) 'Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon' ou o conhecido D.Pedro I, resolveu gritar 'Independência ou morte!'. Se bem que os motivos que o levaram a tal ato foram mais pessoais do que de caráter visionário, de um líder irresistível que arrebatasse multidões somente com um 'bom dia'.
Sempre me perguntei, 'Independência' tudo bem! Mas, 'Morte'? A quem ele se referia quando pronunciou Morte?. E cada vez mais me convenço que poderia ser um suicídio o que ele estaria anunciando, como daquelas pessoas que sobem numa torre e só se contentam quando o Datena começa a falar com elas. Mas, sabe de uma coisa? Contextualizando a frase do Primeiro rei do Brasil ela poderia ser assim: 'A Independência trará a morte'. Bem mais cristã esta frase, hein
Podemos falar de vários tipos de (in)dependência. Agora pouco ouvia o Dr. Dráuzio Varella falar sobre os primeiros momentos de um criança após sair do confortável e ao mesmo tempo apertado útero materno. Curioso que após 9 meses sendo alimentado pelo líquido amniótico, em alguns segundos tudo aquilo é interrompido, ao mesmo tempo em que o ar penetra nos pulmões da criança inaugurando-o e fazendo funcionar milhões de alvéolos (responsáveis pelas trocas gasosas), bem como uma série de acontecimentos nos instantes seguintes marcam o que chamamos de 'independência' do feto. Ah, sim! Agora a criança não precisa mais da mãe. Mero engano! É nesta hora que entra em ação o 'Super-híper-mega-gastro e astronomicamente valioso leite materno'.
E para quem pensa que independência faz agente viver melhor no mundo, aí vai o recado: nos primeiros meses de vida após o cordão umbilical ter sido cortado, a criança possui 10 vezes mais bactérias do que células em seu corpo. E é através do leite que ela vai adquirindo imunidade. Por isso, neste caso 'Dependência é vida'.No entanto, temos de lembrar que nenhum outro tipo de conhecimento despertou no ser humano maior vontade de ser independente do que o conhecimento científico. Hoje mesmo pude ver o super computador com capacidade de informações de 60 mil portáteis, que fora construído por milhares de cientistas durante mais de duas décadas. Sabe o que esse computador se atreve a simular? O 'Big Bang', ou seja, a grande explosão que os cientistas afirmam ter originado tudo que vemos ao nosso redor.
É isso que é Morte! Essa busca desesperada por tornar-se independente, seja na ciência, na carreira, nos relacionamentos, nos sentimentos, nas artes e na cultura. Esse tipo de independência é pura Morte. Jesus nos advertiu sobre isso: 'Quem quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo'(Lc 9.23) e também: 'Quem quiser salvar a sua vida, a perderá'(v24). Se há um tipo de independência que gera morte, é a independência de Deus. A vida está nEle, tudo é por Ele e pra Ele, matemática e divinamente preparado com Seu cuidado. Para tanto, a dependência de Deus é vida, porque anula a 'vida do ego', traz à tona a fraqueza do ser e reconhece que precisa ser imunizado. Sem isso? Morte!
Recordo-me do título de um livro: 'Não tenho fé suficiente para ser ateu'. Acreditar que todas as informações sobre minha vida e os prazos que ela me dá (DNA) e sobre a assombrosa multiplicação dos seres e que os bilhões de corpos estelares foram fruto do acaso, ou da 'independência' de Deus, é no mínimo doença, se não Morte. Depender de Deus é mais que ouvir sua opinião ou realizar seus projetos. Depender de Deus é experimentar a preciosa essência da vida; perscrutar o majestoso mundo do prazer eterno e torrencial; anular a vida egoísta que jorra vulcanicamente dentro de nós e abandonarmo-nos aos cuidados de Deus. Faça tudo na busca incessante de encontrar-se como ser vivo, realmente Vivo. Porém, nunca se esqueça: Independência traz Morte. Sempre.
As opiniões expressas no texto são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, as posições da ABUB.

Postado por Comunicação ABUB originalmente em http://abub.blogspot.com/2008/09/eterno-dependente.html.

Um comentário:

  1. Muito boa leitura! Que Deus continue a inspirar o Fernando-DEUS TE ABENÇOE! E eu quero sim, viver na eterna dependência de Deus!!!

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